Surfar por sofás é a nova onda entre viajantes

por Marina Paschoalli*

Há algumas décadas, “surfar” era só sobre uma prancha, deslizando nas ondas do mar. Depois, o termo foi empregado para designar o ato de trocar de canal e, com o surgimento da internet, “surfar na web” virou expressão corriqueira. Mas talvez o que vocês nunca tenham ouvido falar é em surfar em sofás.

A proposta é da plataforma Couchsurfing, rede social que conecta pessoas pelo mundo para que ofereçam ou procurem hospedagem desde 2004. Os usuários criam perfis, onde podem disponibilizar o sofá de sua casa para um viajante, procurar sofás na cidade que pretende visitar, ou somente fazer novos amigos. “É uma comunidade global de 7 milhões de pessoas em mais de 100,000 cidades que compartilham suas vidas, seus mundos e suas jornadas”, explica a equipe de mídia do Couchsurfing.

O viajante Clark Rezende, 22, saiu do Rio de Janeiro em 2012 e desde então já passou por 12 países na América Latina e Europa. Nesses 2 anos, Clark usou e abusou do Couchsurfing. Para ele, a plataforma não é fundamental nas viagens, mas ajuda. “Facilita a vida de quem está viajando, desde questões financeiras até simplificar o contato com as pessoas da região, que te situam nos lugares mais interessantes”, explica.

Em 2010, durante um intercâmbio em Sevilla, na Espanha, a jornalista Renata Mondine, 24, utilizou o Couchsurfing em seis cidades em Portugal, Espanha, Holanda e França. “Em cada uma conheci pessoas simpáticas e solícitas, que me deram valiosas dicas sobre os locais que eu visitaria. Tive cama, chuveiro e cozinha em todos os países. Foi como ter um lar mesmo nestas cidades”, afirma. A jornalista também abriu sua casa para hóspedes e conta que, ao receber alguém, tentava dar as melhores dicas e acompanhar a pessoa. “Todos foram embora muito gratos e satisfeitos, o que me deixava muito feliz. Depois quando fui viajar recebi isso de volta”, relata.

Será segura a nova modalidade de surfe?

Segurança deve sempre ser prioridade para quem viaja e a dúvida é comum quando se ouve falar em Couchsurfing: é seguro? Na opinião de Renata, sim. “Você escolhe quem entra na sua casa e em que casa você entra. Dá pra colocar depoimentos pras pessoas, então ao visualizar um perfil você consegue ter uma ideia sobre o que vai encontrar”, explica. O desenvolvedor de sistemas André Araújo, 40, também usuário da plataforma, concorda e conta que sua experiência foi boa: “por hora, sempre tive sorte – que na verdade é resultado de uma pesquisa cuidadosa sobre quem hospedar e a quem solicitar hospedagem”.

A comunidade também disponibiliza em seu site dicas de segurança para viagens, que abarcam desde comunicação com os surfers e revisão de perfis até utilização da própria plataforma para reportar experiências negativas. “Não podemos vacilar, é importante avaliar bem antes de pedir ou dar o couch. Afinal, gente mal intencionada tem em todo lugar”, conclui Renata.

Bem vindo ao Couchsurfing!

O canal da plataforma no youtube pode ser encontrado aqui. Lá vocês encontrarão informações úteis de como planejar uma viagem segura.

A seguir, um vídeo (em inglês) que explica exatamente o que é o Couchsurfing pela voz de couchsurfers com boas experiências e algumas dicas. Entrem nessa essa onda e boa viagem!

* Marina Paschoalli é colaboradora da Revista Lampião e jornalista.

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